Aqui estamos nós, em mais uma hora cívica, comemorando mais um sete de setembro e reverenciando mais uma vez essa data tão importante que marcou a história do nosso país. Falar sobre independência não é fácil. Você pode ser independente quando discorda de algo, quando decide ir morar sozinho ou quando diz aos seus pais que vai trilhar outro caminho. Mas acima de tudo, você é independente quando decide que é hora de se libertar.
De acordo com o dicionário independência é um estado, condição ou caráter do que ou de quem possui autonomia ou liberdade com relação a alguém ou algo. A mais de duzentos anos o Brasil sentiu pela primeira vez o gostinho do que era ser livre. Mas essa história vai muito além de uma proclamação feita as margens do rio Ipiranga por um príncipe português. Na verdade, essa também é a história de uma princesa austríaca, de um rebelde revolucionário e de uma ex-escrava liberta que juntou tropas para combater um exército estrangeiro. Mais afundo, pode-se dizer que essa é a história de fazendeiros, de escravos e de indígenas. E a história de um povo que nunca aceitou ser calado, acorrentado ou explorado por aqueles que diziam ser superiores. Mas agora, parando para pensar, essa também é a história de vocês. É a minha história. Afinal de contas, se nossos ancestrais não tivessem lutado, sangrado e morrido por essa causa, nós definitivamente não estaríamos aqui. Talvez até estivéssemos, mas não seríamos livres, não teríamos a vida que temos hoje.
Por isso, não encare o próximo 7 setembro como apenas um feriado, ou um dia para dormir até mais tarde. Pense nessa data como um símbolo de tudo aquilo que o povo brasileiro já foi e ainda é. Um povo que já foi torturado, chicoteado, censurado por uma ditadura e explorado por uma nação que se dizia ser soberana. Mas esse também é um povo que sorri em dias nublados. É um povo caloroso, tem os melhores abraços. É um povo que canta, para afastar o som dos tiros. Um povo que dança, para acalentar a alma. É um povo que celebra todos os dias, por piores que sejam, a beleza da vida, a beleza de viver em um país tropical imenso e rico em diversidade cultural.
Você pode até dizer que o Brasil é ruim, mas eu te garanto que guerreiro como a gente você não encontra em lugar nenhum. Ser brasileiro é ter nas veias o sangue de pessoas que não tiveram medo de lutar por algo. É sentir orgulho desta nação que sobreviveu a tantas coisas. Ser brasileiro é sentir no coração que mesmo divididos, ainda estaremos juntos para lutar por nossa liberdade e pela liberdade do nosso país. Por isso, eu termino esse texto parabenizando o meu povo por essa conquista tão importante. E citando um dos grandes revolucionários da nossa história e membro importante desta luta. Joaquim José da Silva Xavier, enforcado no dia 21 de abril de 1792, enquanto dizia "se todos quisermos, podermos fazer deste país uma grande nação. Jurei morrer pela independência do Brasil e hoje cumpro minha palavra". Obrigada.
Maria Eduarda Müller
Turma 222