A parceria entre a Unifebe e o Colégio Cônsul Carlos Renaux proporcionou o terceiro ano de visitas dos estudantes ao imóvel onde morou a personalidade que dá nome ao colégio. Ao todo, ao longo do dia, cerca de 100 estudantes resgataram a tradição de visitar a Villa Goucky, conhecida com Villa Renaux, no dia 11 de março, aniversário dele.
Assim como na década de 1940, quando ônibus de uma das empresas de Renaux buscava os estudantes para cantarem ao Cônsul, o gesto foi repetido à janela da casa histórica. Para a apresentação desta quarta-feira,11, a escolha foi o hino do colégio, com letra do ex-professor Leopoldo Germer.
O roteiro envolveu partes da casa, como o pavimento principal, sala de jantar e escritório, assim como alguns pontos da propriedade de 57 mil metros quadrados. Entre os espaços estiveram o mausoléu da família e o jardim, mantido com mudas e insumos produzidos na própria Villa Renaux até os dias de hoje. É do local que, a cada ano, são retiradas as flores que são depositadas no túmulo do Cônsul, no Cemitério Evangélico Luterano.
Antes de visitar o interior do imóvel, os estudantes puderam conhecer mais sobre a história de vida do Cônsul Carlos Renaux e do processo de construção do imóvel. Além de vídeos, produzidos pela Unifebe, o grupo pode conhecer sobre a tradição das visitas, curiosidades sobre o morador ilustre e o contexto da época, apresentados pela coordenadora Jaqueline Kühn.
Ao término da visita à Villa Renaux, o grupo se dirigiu à antiga Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, onde visualizou o local de nascimento da primeira fiação de Santa Catarina bem como, a Villa Ida, atualmente revitalizada.
Oportunidade única
Na avaliação da educadora, o projeto é uma oportunidade de preservação da história local e da aproximação das novas gerações com a trajetória do personagem eternizado. O tema também é abordado durante as aulas de História ao longo do ano letivo.
O dia do aniversário do Cônsul era, como lembra a professora, valorizada por ele. Foi na data que Renaux começou a operação dos teares da fábrica que levava seu nome. Também em um dia 11 de março, em 1936, ele fez a entrega do Hospital Azambuja, que também leva o do empresário e benfeitor. “Para ele era uma data muito importante”, cita.
A possibilidade de se aproximar da história Cônsul também foi destacada pela estudante e líder da turma 161, Isadora Francisco, 11 anos. Apesar de conhecer partes da trajetória de Renaux, assim como os colegas, ela nunca havia visitado a Villa.
No passeio, os móveis e equipamentos da época, como o sistema de ar-condicionado, foram os itens que mais chamaram a atenção da estudante. Segundo ela, conhecer o local onde o benfeitor da cidade morou possibilitou o contato com uma estrutura que ela desconhecia.
Preservação da memória e futuro
Herdeiro de Maria Luiza Renaux, Vitor Renaux Hering, busca manter viva a memória do antepassado. Para ele, a variedade de figuras distintas na história de Brusque e região possibilitam uma condição especial de confiança e alegria para o desenvolvimento das crianças que conseguem ter contato com o tema.
“Creio que as pessoas que visitam a Villa Renaux vêm em busca de encantamento ao adentrar um espaço que nos conduz ao passado. As crianças em particular, aderem naturalmente a este processo. Creio que lhes seja válido verificar que a história da cidade está preservada. Acho que principalmente para as crianças, o passado passa a ter sentido se puder influenciar-lhes o futuro”, resume.
Ele destaca a atuação de um número expressivo de pessoas para a administração, preservação e conservação da Villa Renaux, como membros da Unifebe, do Colégio Cônsul e de órgãos municipais e estaduais. Desde 2017, a instituição de ensino superior mantém o projeto “Villa Renaux – Fazendo e valorizando a história” e permite visitas agendadas ao espaço histórico. Segundo Hering, dessa união está sendo desenvolvido um projeto contemplando a arquitetura e elementos necessários para que o imóvel abrigue eventos culturais e de negócios, se tornando um espaço integrado à cidade.
O projeto
Para a mudança do espaço estruturas voltadas para a segurança e banheiros externos precisam ser adicionados ao complexo atual. A intenção, segundo Vitor, é que a casa anexa da Villa sirva como espaço de convivência.
Já visando o modelo, a casa principal segue as regras de visitação de acordo com os parâmetros estabelecidos para sua preservação. Outro do espaço que deve ser aproveitado para iniciativas voltadas à cultura e à saúde é onde ficava o Lago dos Cisnes, já desativado.
“O objetivo geral é tornar a Villa Renaux uma referência viva do passado. Isto é, um lugar que possa remeter o visitante à vivência das épocas passadas e, simultaneamente trazer boas sensações a respeito do presente e inspiração para o futuro. Acho que esta perspectiva se encaixa perfeitamente ao estilo do Cônsul Carlos Renaux e de seus descendentes e amigos. E é com isto em mente que receberemos a visita das crianças no dia 11 de março”, explica Vitor.