Nacionalização

Colégio

No dia 3 de outubro de 1930, tem início no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais um movimento armado com o objetivo de depor o presidente Washington Luís. Esse movimento ficou conhecido como “Revolução de 30” e era liderado pelo gaúcho Getúlio Vargas. O governador de Santa Catarina ficou do lado do presidente, enfrentando, assim, as tropas gaúchas. Florianópolis foi cercada e ficou sob bombardeio das forças revolucionárias até o dia 25 de outubro, quando o governador Fulvio Aducci renunciou ao cargo e abandonou a capital. Em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas, apoiado por setores populares e pelos integrantes do movimento revolucionário, assumiu o governo do país. Começava o Governo Provisório que duraria até 1934.

 

Pesquisa: Robson Gallassini (in memoriam).

 

 A marca registrada do governo de Getúlio Vargas são as mudanças estruturais que ele promoveu em diversos setores da sociedade. Especialmente após 1937, quando inicia a ditadura do Estado Novo e Vargas passa a agir de maneira autoritária e bastante contundente. Um dos grandes projetos de seu governo era a política nacionalista, com uma identidade nacional homogênea. Para isso precisava afastar as influências culturais, que os imigrantes traziam para a sociedade brasileira.

Em regiões como o Vale do Itajaí, boa parte da sociedade mantinha os hábitos culturais de seus países de origem ou de seus antepassados. E entre esses hábitos, o mais importante era o uso das línguas alemã e italiana nas ruas, igrejas, escolas, trabalho, casas, em todos os lugares. Assim, essas pessoas construíam suas identidades e relacionamentos. Por esse motivo, o programa de nacionalização teve como foco central o ataque ao uso da língua estrangeira no Brasil, proibindo o uso e ensino de língua estrangeira nas escolas, determinando que todos os professores e diretores fossem brasileiros natos, e proibindo que livros, revistas ou jornais circulassem em língua estrangeira, além de outras intervenções graves relacionadas à cultura e à sociedade.

Assim, a política nacionalista torna a cultura estrangeira um crime. Isso gera um trauma nos imigrantes e descendentes, pois sua identidade é usurpada e substituída por um falso sentimento de brasilidade construído pelo medo e imposição do governo.

 

Pesquisa: Carlos Eduardo Michel.


Galeria