Quem anda pelas ruas de
Brusque pode perceber a influência de Karl Christian Renaux. Seu nome
“aportuguesado” para Carlos Renaux intitula hospitais, avenida, escola, clube,
sociedade e estádio de futebol. De fato, o imigrante alemão foi um personagem
de muita importância na história de Brusque. Apesar de nascer na Alemanha, a
grafia do sobrenome Renaux nos revela sua origem francesa.
Carlos Renaux nasceu em
1862, em Loerrach, sua família tinha tradição militar, mas graças a um problema
de audição o jovem trilha outro caminho: ingressou, como aprendiz, em um Banco
Hipotecário aperfeiçoando-se em administração e economia. Após três anos de
serviço e contra a vontade de seus pais, partiu da Alemanha em direção ao
Brasil, estabelecendo-se em Blumenau. Na cidade, tornou-se empregado de Germano
Willerding, ganhando sua confiança e sendo nomeado gerente da filial da empresa
comercial em Brusque.
Em 1883, Renaux conseguiu
dinheiro suficiente para adquirir a loja. Este tipo de empresa ficou conhecida
como “venda”. Nela, os colonos vendiam o excedente de suas produções. A venda
cresceu e junto com ela o prestígio de Renaux. Ele ingressou nas atividades
políticas, chegando a participar da Assembleia Constituinte do Estado de Santa
Catarina e assumindo o governo de Brusque. Em 1892, Carlos Renaux, com o apoio
de imigrantes poloneses, fundou sua Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, primeira
do estado, mudando e muito o panorama industrial da cidade. Em 1920, retornou para
a Europa e recebeu o título de Cônsul Brasileiro, retornando ao Brasil em 1930.
Seu poder financeiro e político foi decisivo para a cidade de Brusque, pois
parte de seu capital era empregado em várias instituições.
Já na atuação de Renaux
como superintendente da cidade, fora realizada a construção da ponte Vidal
Ramos, em 1905, que ligou, pela primeira vez, o centro de Brusque ao outro lado
do rio e também a sua fábrica que ficava onde hoje é a rua Primeiro de Maio.
Outros bons exemplos, investiu na ampliação do Hospital Arquidiocesano de
Azambuja, mas também conseguiu a doação do terreno da comunidade Luterana, financiando
a construção de uma maternidade, ambas as instituições o homenageiam em seus
nomes.
Fez doação de metade do
valor da construção da sede social do Sport Club Brusquense, que assim o
homenageou trocando o seu nome para Clube Atlético Carlos Renaux e repetiu o
ato ao clube Paysandú, que nomeia seu estádio como Coronel Carlos Renaux.
Contribuiu com o Colégio São Luiz e também com o Grupo Escolar Alberto Torres,
que posteriormente abriu o primeiro Ginásio de Brusque (hoje equivale aos anos
finais do Ensino Fundamental) e como os exemplos anteriores, homenageia Renaux
em seu nome, sendo hoje todo o colégio nomeado Cônsul Carlos Renaux. Entre
diversas outras obras, está a criação da Sociedade Cultural e Beneficente
“Cônsul Carlos Renaux”, amparando viúvas, fornecendo bolsas de estudo,
contribuindo com artistas e inventores, além de ajudar instituições esportivas
e religiosas.
O fato indiscutível é que
Brusque seria completamente diferente se o jovem imigrante Karl Christian não
tivesse chegado até o Vale do Itajaí.
Pesquisa:
Carlos Eduardo Michel.