Aldo Krieger nasceu em
Brusque, no dia 05 de julho de 1903, foi o primeiro filho do casal Gustavo e
Adelaide Krieger, seguindo a profissão do pai: tornou-se alfaiate. Porém, foi a
música que o encantou. Aos sete anos, começou seu aprendizado formal de música.
Ao longo de sua vida, muitos foram os seus
feitos: em 1929, criou a Jazz Band América; em 1951, fundou o Orfeão Juvenil
“Amadeus Mozart”; e em 18 de novembro de 1954, promoveu a instalação do
Conservatório de Música de Brusque. Dentre as suas obras, constam o Hino do
Centenário de Brusque, convertido anos depois em Hino de Brusque e o Hino do
Colégio Cônsul Carlos Renaux, além de várias outras composições.
Tinha a música como uma
missão de vida. Durante sua infância e adolescência, desenvolveu-se gloriosamente
em meio à música, tendo diversos mestres e participando de diversos projetos.
Apesar disso, como os demais irmãos, aprendeu com o pai o ofício da
alfaiataria, o qual exerceu ao lado da família até 1923. Foi balconista das
Lojas Renaux, entre outros empregos. Mas, por mais que se esforçasse com outras
ocupações, Aldo conservava em seu pensamento a música como um bem maior, o
“dó-ré-mi” acabava sempre por lhe falar mais alto.
Paralelamente às suas
demais ocupações, Aldinho funda com seus irmãos (Érico, Axel e Nilo) um conjunto
para tocar no cinema mudo. Já com um grupo de amigos, criou o “Conjunto
Serenata” que, segundo o próprio Aldo, “tinha o poder de encantar com venenosos
filtros, a fantasia das moças e o coração das damas”.
Em seus tempos de
balconista das Lojas Renaux, não cessavam as reclamações do gerente por seus
atrasos constantes, justificados por noitadas em que tocava na casa da própria
família Renaux. Ao ser indagado, Aldinho não hesitou na resposta: “Ou bem faço
música nas suas festas e chego tarde à loja, ou não toco e chego cedo”.
Na vida pessoal, casou-se
com Gertrudes Régis, companheira fiel de toda uma vida ou “uma santa”, como ele
mesmo preferia dizer, reconhecendo a dificuldade de conviver com um boêmio.
Na década de 50, Aldo
Krieger ingressou no curso de Canto Orfeônico do Conservatório Nacional, no Rio
de Janeiro, onde foi aluno de Villa-Lobos, na disciplina de composição, o qual
reconhece seu talento como arranjador e maestro.
Nessa disciplina, Aldo
Krieger recebeu, junto com os demais colegas de curso, a tarefa de compor uma
música cuja partitura seguisse o desenho da Serra dos Órgãos e do pico Dedo de
Deus (Teresópolis – RJ). Villa-Lobos pediu que os alunos desenhassem a dita
serra num papel próprio e a partir dele, num papel transparente, escrevessem a
sua música, que deveria ser regida pelo próprio compositor e cantada pelos
demais colegas. Os trabalhos iam sendo apresentados, um a um, e o célebre
professor ia criando conceitos bem-humorados para atribuir a cada aluno: “amigo
do macaco”, “amigo do cachorro”, “amigo da onça”. Todos seguidos pela
assinatura do professor Villa-Lobos logo abaixo da partitura.
Por último, quando
chamado a apresentar sua obra, o brusquense se desculpou, justificando-se por
não ter cumprido a tarefa à risca: ele havia feito as “sombras” das montanhas,
transformando-as em contracanto. O efeito do coro em duas vozes impressionou o
mestre, que festejou o resultado que ouvira. Lançando mão da partitura de
Aldinho, concedeu seu conceito: “amigo de todos nós”.
Criado em 5 de julho de 2002, um ano antes das comemorações do Centenário de Nascimento de Aldo Krieger, o Instituto Aldo Krieger (IAK) está estabelecido em sua sede própria, na casa do maestro brusquense. Trata-se de uma sociedade de direito privado, sem fins lucrativos, que tem como objetivos: executar, promover, fomentar e apoiar atividades de manutenção, conservação e divulgação da sua obra e acervo, bem como promover, fomentar e apoiar atividades culturais. O IAK foi declarado de Utilidade Pública (lei 3.029, de 2007), tem realizado atividades culturais regularmente e aberto à visitação com agendamento prévio desde a sua fundação. O Museu se localiza na rua Paes Leme, 63, Centro, Brusque/SC, e fica aberto de Segunda a Sexta, das 14h às 18h. Para mais informações, consulte o site: www.iak.org.br